A BURGUESIA E SEUS PRIVILÉGIOS EM
EXPLORAR MÃO DE OBRA BARATA
As classes trabalhadoras passaram a intensificar suas
lutas trabalhistas a partir de 1776, com a Revolução Industrial. Ali, a forma
como a burguesia explorava os proletários fez com que houvesse forte
resistência ao sistema de exploração do capitalismo. Com o trabalho sendo uma
fonte de lucros aos empresários, crianças também eram exploradas, pois nas
fábricas de tecelagem forma relatados casos de infantis de até dois anos de
idade em diante movidos em um sistema de exploração da mão de obra. E foi com
isso que o sistema acumulou riquezas, ideologias, ideias e lógicas para a sua
comodidade, luxo e conforto. Enquanto isso, os operários foram ficando cada vez
mais pobres e humilhados, fatos que se repetem até hoje, basta olhar a
característica do empregado da construção civil, onde pobres favelados
constroem condomínios de luxo, mas moram em favelas. É um sistema de exploração
do capital sobre o homem que a cada dia que passa fica cada vez pior. Alguém
poderá até dizer que hoje está melhor do que no início do capitalismo, pois os
direitos trabalhista garantem férias remuneradas, trabalho de apenas oito horas
por dia, seguro desemprego, aposentadoria, vale transporte, vale refeição, vale
gás, bolsa família, respeito e dignidade ao trabalhador. Não restam dúvida de
que há uma certa distância em relação ao que era, mas é muito pouco, pois o que
tem por aí de direitos foi conseguido através de lutas, sangue e suor. Não veio
nada de graça, as coisas não aconteceram por acontecer, o sistema foi
fortemente pressionado, houve uma certa consciência das classes trabalhadoras
sobre a importância da greves como melhoria do salários e das condições do
trabalho e de vida. Entretanto, é bom esclarecer, que o sinal está sempre
pronto a deixar a burguesia a vontade para explorar e retirar direitos. São
vários os argumentos dos patrões de que as leis trabalhista são rígidas demais,
fazendo com que o empresário não contrate mais mão de obra pois tem medo de
ferir os direitos dos empregados. Quanto a isso, nem vale a pena questionar,
pois os empregadores são eternos exploradores de mão de obra, sempre enganando
o empregado com argumentos fajutos para iludi-los, deixa-los sempre amarrados
aos seus postos de trabalho. O certo é que há cada vez mais a exploração do
trabalho, a forma como o empregador deixa o seu empregado numa situação difícil
assemelha-se aos tempos da era medieval. A prova disso é que logo após perder
um emprego, o funcionário fica em uma situação como se nunca tivesse trabalhado
antes na vida, tal o seu estado de pobreza, e muitos partem logo para a
informalidade, pois a idade vai avançando e as coisas vão ficando cada vez mais
difíceis. Não existe uma solução pacífica para o problema do trabalhador. Mesmo
os movimentos populares, as organizações, os sindicatos, tudo funciona mais
para manter um clima de “Banho Maria”, do que para fazer os trabalhadores
evoluírem. Assim, a cada dia que o sol nasce e morre, o trabalhador fica cada
vez mais na escuridão. Quando houve o movimento das revoluções socialistas no
mundo, com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Revolução Chinesa
em 1949 e a Revolução Cubana em 1959, parecia que as coisas mudariam. No
entretanto, a pressão capitalista foi muito forte, impedindo a continuidade dos
movimentos, fazendo com que as classes dirigentes daqueles países caíssem no
logro da corrupção e do medo de suas propostas sociais. As perseguições a
dissidentes políticos e aos religiosos fragmentaram o movimento, fazendo com
que o mundo passasse a rejeitar suas propostas. E o resultado foi o fracasso
daqueles monumentos contra o sistema capitalista. Mas é evidente que este foi
só um momento dentro da história, pois conforme Eric Hobsbawn, historiador
inglês, quando a água voltar ao seu nível normal, os movimentos socialistas
mundiais voltarão à tona.
A esse respeito, vale a pena ver o que ocorreu com o
Partido dos Trabalhadores (PT) sob a liderança de vários lutadores contra a
ditadura militar. As lideranças políticas que vieram do exílio, depois da
Anistia Ampla Geral e Irrestrita, fundaram o PT. E este partido tinha como uma
de suas bandeiras principais a Reforma Agrária. E quando chegaram ao governo,
simplesmente esqueceram a proposta, como forma de corromper-se com as classes
poderosas, aos grandes empresários, donos do Brasil há mais de 500 anos. Com isso, o PT acreditava
piamente que as classes poderosas os deixariam em paz, dando o passe livre para
eles também, do PT, enriquecer-se. Evidentemente que eles teriam de distrair as
classes trabalhadoras, sindicalismo, comunidades, assim, criaram um programa
para arrecadação de votos nas eleições, como o programa do. Bolsa Família. Além
disso, o partido dos trabalhadores passou a reformar o Estado burguês, como a
Reforma da Previdência Social, taxando os inativos com 11% em cima de suas
aposentadorias. E as coisas não ficaram por aí não, agrediram ao meio ambiente,
construíram hidrelétricas em terras e cidades de populações carentes,
favoreceram os bancos nacionais e internacionais, mantiveram o sistema de
privatizações, inclusive privatizando os aeroportos, favorecendo empresas
multinacionais para a construção de obras do tipo Trem Bala com o dinheiro
público. Agora recentemente privatizaram os portos. Quer dizer, tudo isso
contra as classes trabalhadoras e a sociedade civil como um todo, dando, ao
mesmo tempo, suporte ao processo de enriquecimento do sistema capitalista no
Brasil. Sem se falar que o governo do PT emprestou dinheiro público ao Fundo
Monetário Internacional (FMI). Enfim, o partido passou a ser um agente dos
grandes empresários nacionais e internacionais, onde os presidentes passaram a
ser elogiados por fortes correntes da
direita internacional, como os presidentes dos Estados Unidos, Inglaterra,
Alemanha e França.
E sempre esperando elogios dos empresários nacionais. Coisa
que não ocorreu. Pelo contrário, os integrantes do PT foram envolvidos num
sistema jurídico onde eram acusados de distribuírem dinheiro a deputados para
que os mesmos aprovassem os seus projetos, ou seja, projetos que favoreciam a
burguesia nacional e deixavam os trabalhadores “numa pior”. O esquema,
comandado por Lula, como o mentor intelectual do processo, e executado por José
Dirceu, chamado de “Mensalão”.
O que se tem a dizer sobre isso é que a teoria marxista é
clara, ela diz que a burguesia não abre mão de seus privilégios sob nenhuma
circunstância,a o sistema quer sempre mais, acumular, mais e mais. Portanto, a
estratégia antiética do PT em favorecer
o sistema capitalista nacional, favorecendo o grande capital, os grandes
empresários e banqueiros, reprimindo as classe oprimidas, em nada agradou a
burguesia. Lula, no auge de sua embriaguez de poder, chegou ao ponto de negar
as lutas socialistas, ao dizer, em uma entrevista na Rádio CBN, repleta de
ouvintes da direita que “Só existe socialismo até os 30 anos de idade”. Lula,
numa clara evidência de que queria agradar aos empresários nacionais. Com isso,
ele queria jogar água fria nos movimentos sociais, desencorajando todo aquele,
estudantes, trabalhadores e movimentos sociais que quisessem levantara uma
bandeira de luta por uma vida melhor. Entretanto, a sua contemporização redundou
em nada, pois o processo contra os deputados do PT surgiram, a imprensa
burguesa conspirou contra os partidários do PT, enfim, o resultado é o desgaste
nas eleições municipais, onde o PT perde em todas as capitais do País. E Zé
Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram condenados por corrupção ativa no
Supremo Tribunal Federal (STF), em 2012. E o PT foi derrotado em todas as
capitais para as prefeituras onde se candidatou.
Por isso, fazer contemporização com os burgueses não
resolve o problema das classes proletárias, dos trabalhadores, funcionários
públicos, professores, além do mais quando se usa o dinheiro publico para fazer
corrupção, como a construção das Arenas para a Copa do Mundo de 2014.
As manifestações de rua que ocorrem como um terremoto
foram o início de um novo tempo, um novo pensar, uma nova forma de ver a
realidade. Quando Eric Hobsbaw disse que quando a água voltar ao seu nível
normal, as lutas socialista voltarão. Homem vivido nas lutas socialistas, este
sociólogo inglês sabia que a luta pelo socialismo é ininterrupta, como dizia
Lênin: “Todos os caminhos levam ao socialismo”.
É claro que a luta pelo socialismo não é uma luta repetitiva,
como foi tempos atrás. É uma luta democrática, nas ruas mesmo, com manifestações,
pedidos, mesmo de caráter antipartidário. Viu-se que os partidos políticos
tendem a corromper-se e a roubar, como ocorreu com o PT. Por isso, os
manifestantes rejeitaram a presença de bandeiras de partidos, pois sabiam que
ali residia o oportunismo, a vez dos corruptos aparecerem, enganarem e pedirem
votos.
Os manifestantes têm a sua própria bandeira a favor de um
mundo menor, e com diversas lideranças dentro do movimento, pois se sabe que
apenas um liderança se vende, como foi o caso do Lula que se rebaixou e se
vendeu aos interesses empresariais exploradores de mão de obra barata.
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