terça-feira, 16 de julho de 2013

Uma análise sociológica sobre a sociedade atual


A BURGUESIA E SEUS PRIVILÉGIOS EM EXPLORAR MÃO DE OBRA BARATA

As classes trabalhadoras passaram a intensificar suas lutas trabalhistas a partir de 1776, com a Revolução Industrial. Ali, a forma como a burguesia explorava os proletários fez com que houvesse forte resistência ao sistema de exploração do capitalismo. Com o trabalho sendo uma fonte de lucros aos empresários, crianças também eram exploradas, pois nas fábricas de tecelagem forma relatados casos de infantis de até dois anos de idade em diante movidos em um sistema de exploração da mão de obra. E foi com isso que o sistema acumulou riquezas, ideologias, ideias e lógicas para a sua comodidade, luxo e conforto. Enquanto isso, os operários foram ficando cada vez mais pobres e humilhados, fatos que se repetem até hoje, basta olhar a característica do empregado da construção civil, onde pobres favelados constroem condomínios de luxo, mas moram em favelas. É um sistema de exploração do capital sobre o homem que a cada dia que passa fica cada vez pior. Alguém poderá até dizer que hoje está melhor do que no início do capitalismo, pois os direitos trabalhista garantem férias remuneradas, trabalho de apenas oito horas por dia, seguro desemprego, aposentadoria, vale transporte, vale refeição, vale gás, bolsa família, respeito e dignidade ao trabalhador. Não restam dúvida de que há uma certa distância em relação ao que era, mas é muito pouco, pois o que tem por aí de direitos foi conseguido através de lutas, sangue e suor. Não veio nada de graça, as coisas não aconteceram por acontecer, o sistema foi fortemente pressionado, houve uma certa consciência das classes trabalhadoras sobre a importância da greves como melhoria do salários e das condições do trabalho e de vida. Entretanto, é bom esclarecer, que o sinal está sempre pronto a deixar a burguesia a vontade para explorar e retirar direitos. São vários os argumentos dos patrões de que as leis trabalhista são rígidas demais, fazendo com que o empresário não contrate mais mão de obra pois tem medo de ferir os direitos dos empregados. Quanto a isso, nem vale a pena questionar, pois os empregadores são eternos exploradores de mão de obra, sempre enganando o empregado com argumentos fajutos para iludi-los, deixa-los sempre amarrados aos seus postos de trabalho. O certo é que há cada vez mais a exploração do trabalho, a forma como o empregador deixa o seu empregado numa situação difícil assemelha-se aos tempos da era medieval. A prova disso é que logo após perder um emprego, o funcionário fica em uma situação como se nunca tivesse trabalhado antes na vida, tal o seu estado de pobreza, e muitos partem logo para a informalidade, pois a idade vai avançando e as coisas vão ficando cada vez mais difíceis. Não existe uma solução pacífica para o problema do trabalhador. Mesmo os movimentos populares, as organizações, os sindicatos, tudo funciona mais para manter um clima de “Banho Maria”, do que para fazer os trabalhadores evoluírem. Assim, a cada dia que o sol nasce e morre, o trabalhador fica cada vez mais na escuridão. Quando houve o movimento das revoluções socialistas no mundo, com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Revolução Chinesa em 1949 e a Revolução Cubana em 1959, parecia que as coisas mudariam. No entretanto, a pressão capitalista foi muito forte, impedindo a continuidade dos movimentos, fazendo com que as classes dirigentes daqueles países caíssem no logro da corrupção e do medo de suas propostas sociais. As perseguições a dissidentes políticos e aos religiosos fragmentaram o movimento, fazendo com que o mundo passasse a rejeitar suas propostas. E o resultado foi o fracasso daqueles monumentos contra o sistema capitalista. Mas é evidente que este foi só um momento dentro da história, pois conforme Eric Hobsbawn, historiador inglês, quando a água voltar ao seu nível normal, os movimentos socialistas mundiais voltarão à tona. 

A esse respeito, vale a pena ver o que ocorreu com o Partido dos Trabalhadores (PT) sob a liderança de vários lutadores contra a ditadura militar. As lideranças políticas que vieram do exílio, depois da Anistia Ampla Geral e Irrestrita, fundaram o PT. E este partido tinha como uma de suas bandeiras principais a Reforma Agrária. E quando chegaram ao governo, simplesmente esqueceram a proposta, como forma de corromper-se com as classes poderosas, aos grandes empresários, donos do Brasil há  mais de 500 anos. Com isso, o PT acreditava piamente que as classes poderosas os deixariam em paz, dando o passe livre para eles também, do PT, enriquecer-se. Evidentemente que eles teriam de distrair as classes trabalhadoras, sindicalismo, comunidades, assim, criaram um programa para arrecadação de votos nas eleições, como o programa do. Bolsa Família. Além disso, o partido dos trabalhadores passou a reformar o Estado burguês, como a Reforma da Previdência Social, taxando os inativos com 11% em cima de suas aposentadorias. E as coisas não ficaram por aí não, agrediram ao meio ambiente, construíram hidrelétricas em terras e cidades de populações carentes, favoreceram os bancos nacionais e internacionais, mantiveram o sistema de privatizações, inclusive privatizando os aeroportos, favorecendo empresas multinacionais para a construção de obras do tipo Trem Bala com o dinheiro público. Agora recentemente privatizaram os portos. Quer dizer, tudo isso contra as classes trabalhadoras e a sociedade civil como um todo, dando, ao mesmo tempo, suporte ao processo de enriquecimento do sistema capitalista no Brasil. Sem se falar que o governo do PT emprestou dinheiro público ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Enfim, o partido passou a ser um agente dos grandes empresários nacionais e internacionais, onde os presidentes passaram a ser elogiados  por fortes correntes da direita internacional, como os presidentes dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França.

E sempre esperando elogios dos empresários nacionais. Coisa que não ocorreu. Pelo contrário, os integrantes do PT foram envolvidos num sistema jurídico onde eram acusados de distribuírem dinheiro a deputados para que os mesmos aprovassem os seus projetos, ou seja, projetos que favoreciam a burguesia nacional e deixavam os trabalhadores “numa pior”. O esquema, comandado por Lula, como o mentor intelectual do processo, e executado por José Dirceu, chamado de “Mensalão”.

O que se tem a dizer sobre isso é que a teoria marxista é clara, ela diz que a burguesia não abre mão de seus privilégios sob nenhuma circunstância,a o sistema quer sempre mais, acumular, mais e mais. Portanto, a estratégia antiética  do PT em favorecer o sistema capitalista nacional, favorecendo o grande capital, os grandes empresários e banqueiros, reprimindo as classe oprimidas, em nada agradou a burguesia. Lula, no auge de sua embriaguez de poder, chegou ao ponto de negar as lutas socialistas, ao dizer, em uma entrevista na Rádio CBN, repleta de ouvintes da direita que “Só existe socialismo até os 30 anos de idade”. Lula, numa clara evidência de que queria agradar aos empresários nacionais. Com isso, ele queria jogar água fria nos movimentos sociais, desencorajando todo aquele, estudantes, trabalhadores e movimentos sociais que quisessem levantara uma bandeira de luta por uma vida melhor. Entretanto, a sua contemporização redundou em nada, pois o processo contra os deputados do PT surgiram, a imprensa burguesa conspirou contra os partidários do PT, enfim, o resultado é o desgaste nas eleições municipais, onde o PT perde em todas as capitais do País. E Zé Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram condenados por corrupção ativa no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2012. E o PT foi derrotado em todas as capitais para as prefeituras onde se candidatou.

Por isso, fazer contemporização com os burgueses não resolve o problema das classes proletárias, dos trabalhadores, funcionários públicos, professores, além do mais quando se usa o dinheiro publico para fazer corrupção, como a construção das Arenas para a Copa do Mundo de 2014.

As manifestações de rua que ocorrem como um terremoto foram o início de um novo tempo, um novo pensar, uma nova forma de ver a realidade. Quando Eric Hobsbaw disse que quando a água voltar ao seu nível normal, as lutas socialista voltarão. Homem vivido nas lutas socialistas, este sociólogo inglês sabia que a luta pelo socialismo é ininterrupta, como dizia Lênin: “Todos os caminhos levam ao socialismo”.

É claro que a luta pelo socialismo não é uma luta repetitiva, como foi tempos atrás. É uma luta democrática, nas ruas mesmo, com manifestações, pedidos, mesmo de caráter antipartidário. Viu-se que os partidos políticos tendem a corromper-se e a roubar, como ocorreu com o PT. Por isso, os manifestantes rejeitaram a presença de bandeiras de partidos, pois sabiam que ali residia o oportunismo, a vez dos corruptos aparecerem, enganarem e pedirem votos.

Os manifestantes têm a sua própria bandeira a favor de um mundo menor, e com diversas lideranças dentro do movimento, pois se sabe que apenas um liderança se vende, como foi o caso do Lula que se rebaixou e se vendeu aos interesses empresariais exploradores de mão de obra barata.


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