As redes sociais desenvolvem a
maior revolução da história da humanidade
É importante observar como as
coisas mudam de uma hora para hora, com o tempo. Heráclito, filósofo grego
antes de Sócrates diz que um homem nunca se banha duas vezes em um mesmo rio,
pois, na segunda vez, a água e o homem já não são os mesmos, pois houve
metamorfose, mutação, transformação. A água já passou, e o homem sofreu
modificações profundas em suas células. A este respeito, os movimentos sociais no
Brasil são sempre dinâmicos, sofrendo com o tempo vários revezes. Pessoas que
foram de esquerda, forte, comunistas, como Luiz Carlos Prestes, preso durante
dez anos na ditadura de Getúlio, 1935 a 1945, onde sua mulher, Olga Prestes,
fora enviada, grávida, por Getúlio, para o campo de concentração nazista, tendo
morrido ali, no Holocausto de Hitler. Prestes, logo que saiu da prisão, em
1945, foi apoiar Getúlio Vargas para a presidência da República. Incrível! Os
escritores, como Jorge Amado, Graciliano Ramos e outros, mesmo tendo sido presos
e deportados para outros países, quando voltaram, já na “democracia”,
submeteram ao teste da ultra conservadora e reacionária de direita Academia
Brasileira de Letras. Agora, bem recente, Fernando Henrique Cardoso, que foi
exilado durante a Ditadura Militar (1964-1985), quando voltou aliou-se
justamente aqueles que o mandaram a força para o exterior. Do mesmo modo, José
Serra, líder estudantil em 1964, presidente a União dos Estudantes (UNE), preso
e exilado, quando voltou, aliou-se a direita ultra conservadora, não
conservando nenhum resquício do que fora. E, como não poderia faltar, José
Dirceu, José Genoíno, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma.
Lula logo que assumiu, a primeira
coisa que fez foi negar as lutas políticas, seu marketeiro, Duda Mendonça,
tratou de criar para ele um novo perfil, uma histórai diferente dos tempos de
sindicalistas, da época das lutas contra a
Ditadura Militar (1964-1985). No dia de sua posse, no discurso que
pronunciou, decorado, elaborado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Lula se
descola da esquerda, muda de lado, imediatamente. Foi o golpe que ele deu nos
movimentos sociais. Até hoje ninguém sabe ao certo o que ocorreu, mas ele deve
ter recebido muito dinheiro, muita proposta, para desfazer todo o processo de luta, sindicalismo que a história
armada com tanto cuidado e zelo. E o PT, juntamente com Lula, Zé Dirceu e
Geonoíno, passaram a descaracterizar o partido, numa atitude clara de quem não mais
queria conversa com os antigos companheiros de lutas. Era o final triste de uma
bela história.
A partir daí, formou-se uma
quadrilha dentro do PT, unicamente com o objetivo de enriquecimento. O primeiro
foi o filho do Lula, o tal Lulinha, que comprou ações de uma empresa de
telefonia, fez mil uma manobras, com apoio total e irrestrito de Lula,
tornando-se um dos maiores acionistas desta empresa. E daí por diante, como a
imprensa noticia a todos os instantes, foi o caos total.
Redundando com a total descrença
nas instituições pública do País. Agora,
com as manifestações de rua, através das Redes Sociais, a coisa muda
totalmente. Deste momento em diante, tudo o que era velho ficou para trás. O Brasil
mudou.
Os antigos partidos políticos,
todos, sem exceção não exercem mais nenhuma liderança sobre a maior parte da população,
basta dizer, que em apenas uma semana de manifestações de rua, a Presidente
Dilma caiu de 57% para 28% de popularidade, de apoio ao seu governo. Foi o fim
de tudo.
Evidentemente que não se pode
negar a grande conquista que as esquerdas conseguiram com o tempo. Lula só
chegou ao poder em 2002, porque teve apoio irrestrito de toda a esquerda, a
luta socialista que se arrastava através do tempo. No entanto, como o PT traiu
o movimento, as coisa envelheceu, caducou. A esfera que produziu todo o
discurso do PT, a esquerda, ficou por fora de todo o processo, secou.
Mas, como disse Eric Hobsbaw,
quando a água voltar ao nível normal, as lutas socialistas voltam, de outra
forma, como nova conotação, não se sabe como, nem de que jeito.
Os movimentos das Redes Sociais surgem
justamente dentro da revolução da tecnologia, da informática. Quer dizer, como
diz Marx (1981), em o Manifesto Comunista, a burguesia fabricará a sua própria
arma de destruição, o proletariado. Mas hoje o proletariado está de outra
forma, ele está no aposentado, no idoso, no desempregado, na mulher, na exploração
da mulher, no trabalho escravo, no tráfico de mulheres e de crianças, dentro
dos ônibus superlotados, nas filas dos hospitais públicos em todo o País, com
um mínimo de atendimento humano e outros. O proletariado com uma nova roupagem
está nas redes sociais.
Mas um manifestante que, sem
nenhuma teoria revolucionária, atuando de mil e uma maneira, conscientiza-se,
faz desaparecer a concepção de esquerda e de direita, conceitos agora jogados
na lata do lixo. A luta agora é por direitos humanos e sociais, direitos à
vida. Não importando agora concepções ultrapassadas, termos como reacionário,
socialista, esquerda, direita, revolucionário, assumem novas posições.
Hoje ninguém pode mais definir
isso, pois a velocidade da comunicação das redes sociais aproximam pessoas dos mais
esquisitos cantos do mundo. É a interatividade a todo vapor, novas formas de
conhecimento, novo modo de pensar, raciocinar, conhecimento, descoberta, um
mundo de coisas. E esse negócio foi à rua.
Manifestou-se, gritou, não quis partido
junto, não admitia liderança. Enfim, um
novo modus vivendi. O mundo está vivendo a maior revolução da história
da humanidade, mesmo sem perceber, a sociedade muda, conhece-se, interage,
pensa, não admite interferência, decide. São as redes sociais a mola propulsora
de tudo isso
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