quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sindicalistas fecham 15 terminais de ônibus em São Paulo

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Artigo organizado por Roberto Soares
10/07/2013 - 08h57

Sindicalistas fecham 15 terminais de ônibus em São Paulo


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DE SÃO PAULO


Atualizado às 10h16.
Uma chapa de oposição do sindicato dos motoristas e cobradores bloqueia 15 terminais de ônibus de São Paulo na manhã desta quarta-feira (10). Ao menos 279 linhas foram afetadas.
Segundo a SPtrans, empresa municipal de transporte, estão bloqueados os terminais Santo Amaro, Parque D. Pedro, Capelinha, Campo Limpo, Grajaú, Varginha, João Dias, Lapa, Cachoeirinha, Pirituba, Casa Verde, Vila Prudente, metrô Santana, Sacomã e Mercado, do Expresso Tiradentes.
Sindicalista comandou greve de nove dias em São Paulo em 1992
Os sindicalistas chegaram aos terminais por volta das 8h e, gradativamente, fecharam as saídas do locais. Passageiros conseguem entrar, mas os ônibus não podem sair.
O grupo de manifestantes é ligado a Valdevan Noventa e Edivaldo Santiago, que compõem a chapa de oposição para a eleição do sindicato dos motoristas e cobradores. Uma eleição ocorre hoje e e amanhã. Atualmente, o presidente é Isao Hosogi.
Hosogi condenou os bloqueios e disse que uma "minoria dissente pratica terror eleitoral".
Santiago negou que os atos de hoje tenham relação com a eleição. "Os bloqueios não têm nada a ver com a eleição. O trabalhador tem de vir em primeiro lugar", disse. Ainda de acordo com ele, os sindicalistas só saem após manifestação da prefeitura sobre as reivindicações do grupo. Eles querem melhores condições de trabalho e garantia de emprego a cobradores.
A aposentada Benedita Fernandes, 69, é uma das prejudicadas com o bloqueio no terminal Parque D. Pedro. "Os trabalhadores poderiam avisar a população antes de realizar qualquer ato. Agora, ficamos sem a possibilidade de voltar para casa. Não tenho dinheiro para táxi", reclamou.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Terminal Parque D. Pedro bloqueado por integrantes da chapa de oposição do sindicato de motoristas e cobradores de ônibus
Terminal Parque D. Pedro bloqueado por integrantes da chapa de oposição do sindicato de motoristas e cobradores de ônibus
No dia 3, o mesmo grupo bloqueou três terminais na cidade por duas horas e meia.
"É um absurdo que uma disputa sindical afete a vida do trabalhador de São Paulo", diz Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes.
DISPUTA
O principal articulador da chapa de oposição na eleição do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus é Edivaldo Santiago, 65, que liderou a maior greve de ônibus da história de São Paulo.
Ele era presidente do sindicato em 1992, quando os veículos ainda eram da CMTC (empresa municipal) e ficaram nove dias parados.
"Nenhum partido nos representa. Somos contra essa atual administração do sindicato, que é conivente com os patrões e se vende para a prefeitura", disse Santiago ao participar do protesto da semana passada. Ele é candidato a vice-presidente na chapa da oposição.
Santiago é criticado por opositores por não ter endurecido na gestão Maluf, quando a CMTC foi extinta.
Voltou ao sindicato em 2000. Ele e outros 18 integrantes da diretoria foram presos em 2003 sob a acusação de crimes como enriquecimento ilícito e formação de quadrilha -negada por eles.
Entre os presos também estava o atual presidente, Isao Hosogi, o Jorginho, e o diretor financeiro, José Valdevan de Jesus, o Valdevan Noventa.
Libertado, Jorginho assumiu no ano seguinte por influência de Santiago, a quem chamava de "padrinho".
Mas disputas acabaram com a aliança de décadas.

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